Há desfiles incríveis por conta das suas coleções apaixonantes e outros que, em um contexto ainda maior, conseguem nos impactar em todos os sentidos. Entre os mais aguardados durante a Paris Fashion Week estava a apresentação da Dior, cheia de significados e surpresas. Para dar start a essa atmosfera, a grife já deu a dica antes mesmo das modelos entrarem na passarela. A frase estampada na porta do show, em diversos lambe-lambes, já anunciava a chegada de um exército de mulheres lutando por igualdade de direitos, novamente sob a liderança da fabulosa Maria Grazia Chiuri. Uma forma de sequência a tudo que a diretora criativa vem apostando e trazendo um frescor, rico em mensagens e identidade da maison ao mesmo tempo.
O foco? No olhar sobre a década de 60 – anos marcados pelas conquistas dos direitos feministas, quando, por exemplo, manequins se tornaram personalidades. O inverno foi guiado por símbolos e atitudes que representam a busca pela autenticidade (ou resgate ao espírito de liberdade de uma das épocas mais revolucionárias da história). Os bordados magníficos de lã aparecem sobre vestidos de organza e dividem espaço com jeans retrabalhados e pintados à mão. As bolsas foram inspiradas nos arquivos da grife e trazem alças de ombros com referências étnicas. Lembra da it-bag curvada criada por John Galliano para a Dior? Maria Grazia investiu na volta deste grande hit da dos anos 2000 de um jeito completamente renovado.
Os uniformes, mais uma vez, romperam as diferenças impostas entre gêneros, em busca de novas conquistas. A profusão de peças em patchwork (pense em calças, jaquetas e vestidos com recortes variáveis de tecidos) traduzem a construção e transformação do universo através do tempo: diferentes culturas em perfeita junção. A alfaiataria impecável de estética boyish dividiu espaço com os clogs, que saíram de cena há algum tempo, mas já dão sinais de volta em doses homeopáticas. As transparências e os caimentos vaporosos se mantiveram, principalmente, nos vestidos e saias cheios de atitude e elegância.
Um verdadeiro espetáculo! E o que podemos sentir? A liberdade de criar a partir de associações, formas e materiais – afinal de contas, mudar o mundo significa mudar as roupas que usamos.
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