O calendário de moda há um tempo era formado por duas temporadas tradicionais (o prêt-a-porter e a haute couture).
Com o passar do tempo e as exigências do mercado, as grandes grifes viram a necessidade de adaptar suas coleções, que então ganharam novas versões: primavera/verão, outono/inverno e as chamadas Resort ou Cruise Collection – estas últimas sempre apresentadas entre as estações.
Hoje, darei destaque a 3 coleções que capturaram o meu olhar. Cada uma com seu estilo e personalidade, mas todas com um conceito de moda que vai além de apresentar tendências.
Vamos a elas:
Depois da histórica conciliação política entre Barack Obama e Raúl Castro, em abril de 2015, Cuba nunca esteve tão em evidência – chamando a atenção, também, da cena fashion, principalmente aos olhos de renomados estilistas frente às grifes internacionais. Foi o caso de DVF, em 2016, e Chanel, com seu último desfile – tão comentado – em Havana.
Agora, foi a vez da Valentino, sob olhar de Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli, mostrar a força da cultura cubana em sua coleção Resort 2017.
A coleção fez uma verdadeira viagem metafórica, resgatando diferentes “memórias” do país, resultando em cores densas, estampados, bordados e plissados.
As modelagens ganharam silhuetas bem marcadas (lembrando muito o recorte dos anos 50) e a borboleta branca, flor considerada um dos símbolos da nação, ganhou versões coloridas em saias e vestidos mídi, misturadas com casacos em animal print e suéteres ombro a ombro listrados.
A clássica camisa guayabera ganha diferentes versões, ora com minuciosos detalhes em bordados de borboletas, ora como modelagem para servir como base de delicados vestidos de renda.
A clássica assinatura da maison de trazer peças que respiram leveza e suavidade revisita a coleção com outro olhar, agora acompanhadas por cores densas e maxi bordados de mariposas em saias fluidas.
O vermelho aparece poderoso, imprimindo a fortaleza feminina, sem perder o romantismo e a pegada vintage da grife. O trabalho handmade de rendas e estampas florais com outros materiais fluidos, que lembram muito o chiffon e o tule, ganham vez em shapes contínuos e estruturados.
Sob comando como diretor criativo da marca há uma temporada, Simon Holloway trouxe sutileza à coleção de Agnona.
À primeira vista, quando se vê as peças desse novo trabalho da grife, imediatamente, pensa-se em delicadeza, fluidez, simplicidade e leveza.
Mas, o resultado foi reflexo do aguçado e articulado olhar do novo estilista da grife, com seu alto grau de conhecimento na indústria têxtil, escolhendo “a dedo” os melhores tecidos para compor esse efeito soft da coleção.
A cartela de cores neutras, com destaque para o bege, que ganhou incontáveis versões em seda, algodão de lã e chiffons de alto padrão.
Outra grife que merece uma salva de palmas por seu trabalho impecável e ultra feminino é Carolina Herrera.
O ano é de comemoração (em 2016, a maison celebra 35 anos de fundação), e parece que foi o ponto de partida inspiracional para que a estilista venezuelana retornasse à clássica assinatura da marca: peças ultra elegantes, sofisticadas e atemporais, aliadas à tecnologia de ponta.
O resultado foram peças maravilhosas, com refresh jovem, num perfeito jogo de cores e listras, que ganharam vez em vestidos com maxi fendas, croppeds e conjuntinhos acinturados.
Modelagens construídas, peplum, estampas florais, plissados, chokers, shorts de cintura alta e pantalonas também fizeram parte da coleção.
Um trabalho que refinou a essência da maison, conhecida por sua luxuosa originalidade e rigoroso dress code.
Aqui, a palavra de ordem é elegância!
As coleções Resort tem o objetivo de tornar a experiência de compra muito mais rápida e prática, não tendo a necessidade de apresentar suas peças em mega shows. O resultado é único: see now, buy now!
Vale a pena ficar atento a essa nova visão de moda no fashion business.
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